sexta-feira, 23 de outubro de 2009

"Meu Rio" por Thiago Duarte

«E para que servem os sentimentos se algumas pessoas fogem deles e outras são consumidas por eles?

Como em tudo, raramente os extremos são saudáveis. Vejo nossas emoções como uma maneira que nossa raça encontrou para produzir uma força incrível capaz de arrastar caminhões, derrubar paredes e levantar montanhas.

É com elas que também se cria e se curte, arte. E com a arte nos expressamos de forma inalcançável para o mental. Outra função linda no nosso emocional.
Quando entramos em maior contacto com o que somos começamos a nos relacionar connosco de uma forma diferente. Percebemos mais a conexão entre nosso corpo físico, nosso mental e nosso emocional, assim como nos tornamos mais conscientes da capacidade e das funções de cada um deles e passamos a usá-los melhor.

Gosto de imaginar que tudo o que eu sou é uma energia, como um rio que desce uma montanha. Para mim é um jeito muito legal de me sentir e lidar comigo mesmo.
E quando consigo colocar isso em prática, minhas emoções tornam-se um motor e me permitem realizar muito mais no meu trabalho, no basquete, nos meus relacionamentos. Elas produzem uma força impressionante que posso usar como bem entender.

E todos podemos fazer isso. Se voltar a sua atenção para dentro de si, vai conseguir sentir as emoções se formando e vai percebê-las como uma energia eléctrica, como um rio.

E também vai sentir que, assim como um rio, essa energia precisa ter uma fonte e uma continuação. Se parar alguns instantes para perceber uma emoção com tal profundidade, vai conseguir conduzí-la da forma que desejar, seja para aumentá-la, para diminuí-la ou para cessá-la.

Com a consciência de que essa energia precisa de uma fonte e de uma continuação dessa fonte, podemos escolher alimentá-la ou não.Se a emoção surge e contribui para nossa qualidade de vida, para nosso bem estar, vamos alimentá-la pensando mais no que a gerou, lembrando da sensação. E se a emoção não faz isso, você tem que saber que ela só estará com você enquanto você o permitir e estiver alimentando-a. Fácil assim. O que dá um poco mais de trabalho é é lembrar disso quando nos sentimos bem tristes.

Mas precisamos escolher se queremos ficar naquela situação ou se queremos nos sentir bem.

E para deixar de alimentar uma emoção não desejada basta que nos afastemos daquilo que nos fez soltar tal sentimento, façamos algo que nos gere uma emoção diferente. Que nos ajude a evitar pensar naquilo que nos incomoda. Mesmo que seja um problema ou algo que precisemos resolver, deixemos para fazer isso quando ossas emoções estiverem estáveis.

O que ocorre é que nem sempre lidamos bem com o que produziu essas emoções. Ou é algo tão bom que nos deixa bobos ou algo tão triste que nos deixa arrasados.
Quanto a isso o importante é saber que a vida simplesmente acontece. Eventos e problemas acontecem. E tão importante quanto é saber que nós produzimos esses eventos.

E o estado das nossas emoções pesa enormemente na nossa tomada de decisões, isso posto em outras palavras: nosso emocional nos ajuda a construir nosso futuro.
E que futuro queremos para nós? Um que pareça um acidente ao temos que nos adaptar ou um que seja resultado de escolhas conscientes e produtivas?

Vamos respirar mais, descansar nossos pensamentos, desacelerar, curtir e respeitar nosso corpo, seja na forma de lidar com ele, na sua limpeza ou no que comemos e vamo-nos relacionar melhor com as nossas emoções pelo simples facto de que disso depende nossa vida. E, nem ia falar, mas nos dá um enorme prazer.»

"Meu Rio" foi gentilmente cedido por Thiago Duarte, instrutor do Método DeRose. 
Leia mais textos do Thiago visitando http://reconstruindosentidos.blogspot.com/

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